As minhas lágrimas regam os sentimentos mais puros e verdadeiros e me fazem renascer a cada nova estação. (Mônica Caetano Gonçalves Maio/2011)
Registro na Biblioteca Nacional nº: 570.118

domingo, 14 de julho de 2013

Eis a questão

Imagem: Ilustração de Rocco Fazzari

Ser ou não ser, certamente é questão fundamental, não somente para Hamlet, mas para o próprio Shakespeare. As dúvidas sobre a autoria ser do próprio Mr. Shake existem desde o século XVIII e ainda hoje muitos estudam o assunto.

Na semana passada, um amigo me lembrou do tema, perguntando-me de forma despretensiosa: Seria Shakespeare um laranja? Ainda que divertida a maneira de se colocar, é assim mesmo que muitos pensam. Na verdade, a falta de dados biográficos precisos sobre ele, alimenta este ar de mistério que o envolve. Entre os suspeitos ilustres à sua identidade secreta surgem nomes como Francis Bacon e Christopher Marlowe, além dos nobres Condes de Derby e Oxford - Eduardo de Vere - hoje o mais cotado entre eles.

Aqueles que se dedicam a estudar sua vida e obra, tecem argumentações imensas e muitas vezes chatas de ler, havendo até quem defenda que além de ser outro, Shakespeare era muitos; ou apresente hipóteses mirabolantes como a que aponta o pequeno poema reflexivo que transcrevo, como prova de sua face oculta: Por que só escrevo essa monotonia/ tão incapaz de produzir inventos/ que cada verso quase denuncia/ meu nome e seu lugar de nascimento?

Diante da genialidade das peças de Shakespeare - fantásticas, mesmo com o passar do tempo - sinceramente essas teorias não me importam. Importa-me sim que um ou alguns foram capazes de criar uma obra tão rica. Que os estudiosos e críticos de todas as partes do mundo se ocupem de analisar as diversas grafias de seu nome ou o vocabulário imenso de cerca de vinte e nove mil palavras, enquanto me ocupo em desfrutar cada uma delas. Talvez jamais cheguem a uma conclusão, por absoluta falta de provas concretas.

Fico só com uma pergunta: Porque os verdadeiros herdeiros de sua obra não reclamaram seus direitos, já que mesmo à época já representava um empreendimento rentável? Eis a questão.


Publicada no Jornal “O Pioneiro” em 14/07/2013

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