As minhas lágrimas regam os sentimentos mais puros e verdadeiros e me fazem renascer a cada nova estação. (Mônica Caetano Gonçalves Maio/2011)
Registro na Biblioteca Nacional nº: 570.118

domingo, 29 de abril de 2012

Velas ao Vento

Imagem: Série 'On the white' 1923 - Wassily Kandinsky

Acaso pensas que o tempo, 
Inexorável,
Será condescendente contigo?
Que tuas tardes
Serão sempre mornas e preguiçosas?
Que as flores
Terão sempre o mesmo frescor em todas as primaveras?
Vai,
Iça as velas de seus sonhos primeiros
E lança-te aos ventos que a vida sopra.
Com paciência nas calmarias,
Habilidade, perseverança e sutileza nas tormentas.
Mas vai,
Antes que anoiteça
O céu despido de lua e estrelas
E o escuro breu impeça seu navegar.

29/04/2012

sábado, 28 de abril de 2012

Versos para Vinicius





Do Amor que se desdisse,
Fica,
A tênue chama
Que ilumina o entardecer
De nossas lembranças.

28/04/2012

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Reticências

Imagem: Óleo sobre tela de Renata Brzozowska - Série Retratos



Fica,
Com tuas dúvidas, medos
E a incoerência de tuas reticências.
Sigo,
Entre poucas certezas,
A de tua ausência.

Elas cantam, eu verso.

26/04/2012

Reflexos

Imagem: Umbral dos Prazeres - Foto de Sofia Aquino


Brinda-me com teus sonhos meninos,

Com o mel do teu prazer.
Sou o reflexo dos teus desejos,
A paixão em teus beijos.
No teu olhar, única,

Ideal.

Uma entre tantas mulheres
Ou o que quiseres.
Só, 
Só eu sorvo 
O fel das minhas sombras
Refletidas no espelho.

26/04/2012

terça-feira, 24 de abril de 2012

Beijo

Imagem: Rodin - O Beijo. Foto: Prof. Jeffery Howe

No olhar penetrante
A insinuação de juras em sussurros,
Que se calam nos dedos,
Desenhando carícias plenas.
Na boca,
O desejo bendito,
Sem palavras,
Na invasão dos sentidos,
A paixão.

24/04/2012

domingo, 22 de abril de 2012

Lampejos

Imagem: Photo By Jones Poa (Hibiscos , janeiro 2012 )

Em vislumbres,
O Amor desejado,
Eterno,
Ainda que momento,
Centelha fugaz de felicidade.


22/04/2012

Amargo veneno

Imagem: Foto by Jones Poa



Cale-se enquanto sorvo o cálice de fel,
De meu próprio silêncio amaro, seco,
Enquanto rumino ausências absurdas,
Inexplicavelmente.
Do que seria o mais doce mel,
Surgiu um mistério sob o véu
E descortinou-se a dúvida em minh'alma
Antecipando o inexorável fim...

(Celêdian Assis e Mônica Caetano Gonçalves in duet)



21/04/2012

sábado, 21 de abril de 2012

Sem fim

Imagem: O Farol - óleo sobre tela - Débora Netto

Eu, que não fui avisada
De sua partida de minha vida,
Abandonada e resignada,
Perco o olhar vazio no nada,
Na busca vazia de sua jangada.

21/04/2012

terça-feira, 17 de abril de 2012

Reminiscências

Imagem: Foto de acervo pessoal

O tempo fez uma curva e entre a fumaça e a bruma da manhã, redesenharam-se doces imagens de minhas lembranças, histórias minhas, dentro da História.

Tempo em que em que a visão infantil, veste com suas fantasias todos os personagens em sua imaginação; tempo das ‘Mais belas Histórias’ e primeiras letras, que o destro gesso, fruto de peraltices, deixou que brincassem de ser ‘gauches’; tempo de casa cheia, visitas, hóspedes e passeios nas incontáveis Igrejas, que pela freqüência, tornaram-me tão eloqüente quanto os jovens e descalços guias de então.

Das memórias, a dança onírica das cenas indelevelmente gravadas...

Era assim que se apresentava a elegância impecável de ‘Seu’ Juquinha em seu terno, tirando o chapéu de feltro marrom em reverência ao ser recebido e deliciando a todos com seus casos, pausadamente contados e entrecortados pelos biscoitos de polvilho fresquinhos que nos trazia e goles fumegantes do café da tarde. Não fosse pela mineiridade dos sabores, seria um ritual britânico, tal a pontualidade, a comedida duração da visita e pela gentileza dos gestos e palavras.

Bem diferente era a alegria de uma que seria Maria, mas era Lourdes, simplesmente. Chegava com suas largas e balouçantes ancas, protegida do sol pela trouxa malabaristicamente equilibrada sobre a cabeça. Roupa lavada, perfumada e amaciada pelo canto de tantas delas à beira do rio, que em outras épocas trazia no nome o presságio das vidas que ali se perderam em embates auríferos.

Era ela que, banhada por aquelas águas ainda douradas, vinha envolta no sonho ancestral das gentes daquelas vertentes e trazia consigo provas materiais da riqueza derramada. O menor frasco da botica, translúcido, guardava nas pequenas pepitas, o sustento para as tantas bocas que a esperavam em casa, seus unguentos, as roupas de chita e para as meninas, até um laço de fita.

Dos becos sombrios, surgia o homem negro, sempre de negro vestido, que as noites sem lua abrigavam. Era quase um espectro a pobre criatura, que com olhos trêmulos e revirados num sorriso de cera, apresentava as aranhas e serpentes aninhadas sob o roto chapéu de abas largas, que um dia ousou sua negritude. Um ser aterrorizante que novamente desaparecia entre gargalhadas fantasmagóricas depois de colher lágrimas de espanto e medo no olhar incrédulo das crianças.

A ciranda de roda; Madre Elizabeth, a professora; o soldado, Dionísio; Arlequins, Pierrots e Colombinas e tantos reminiscentes com quem convivi em tenra idade, bailando entre as alegorias das festas pagãs e a constrição das cerimônias religiosas que as seguiam em quarentena.

Embalada pelo movimento cadenciado, pelo som monocórdio do trem sobre os trilhos, dormente, revivi fragmentos de minha história, guardados em outros tempos, até que o apito da Maria centenária lembra que a vida seguiu por outros caminhos, estradas reais.

17/04/2012

terça-feira, 10 de abril de 2012

Odin

 Imagem: Dario na Batalha de Isso - Detalhe do Mosaico de Alexandre Magno - Sec. II a.C.
Galeria Delta de Pintura - Editora Delta S/A

 

Pobres guerreiros,
Que tantos admiram como heróis,
Fortes e imbatíveis,
Sobre-humanos.
Sem lembrar que se cansam,
Choram, sangram, amam
E temem!
Muitos sem ideologia ou opção,
Travam batalhas inglórias
Em seus próprios moinhos.
É a vida, vitoriosa,
Eterna aliada do tempo
Que os distingue
Em sua obstinada sobrevivência,
Sem tréguas!

10/04/2012
 

terça-feira, 3 de abril de 2012

Beija Flor

Imagem: Foto By Jones ( da série flores da minha casa)





Alça teu voo primeiro
Nos céus da liberdade,
Encanta com tuas cores as manhãs
E beija todas as flores.
Colhe dos frutos tua maturidade,
Segue semeando vida
E faz teu ninho
Em minhas recordações.

03/04/2012

domingo, 1 de abril de 2012

Meias de Seda

Imagem: Foto By Jones ( detalhes da estrilicia )




Tuas curvas,
A sensualidade insinuada na sutil delicadeza
Das cores de tuas sedas e meias,
Instigam o desejo do toque aveludado nas mãos
E no olhar que te desnuda.

01/04/2012