As minhas lágrimas regam os sentimentos mais puros e verdadeiros e me fazem renascer a cada nova estação. (Mônica Caetano Gonçalves Maio/2011)
Registro na Biblioteca Nacional nº: 570.118

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Telúrica

Há uma magia, um encantamento
Nas Minas de minhas memórias,
Que se renova em meus dias.
Dias de pipa e rabiola,
Boneca de pano e bola de meia.
Menino descalço e terra vermelha,
Água fresca de mina,
Ribeirão, poço e moringa.
Do doce mais doce,
Goiabada cascão e pé-de-moleque.
Do aconchego e calor,
Fogão de lenha, forno de barro,
A prosa boa... Broa, de fubá!
Pipoca na praça e procissão,
Verde montanha, pé de café
E samambaia na varanda.
Som de viola, ciranda...
Lembranças que trazem
Canário desta terra,
Que canto!

31/08/2011

Metamorfose


Do casulo
A dor libertou
Minhas asas.
Vôo... Sem grilhões
Portos ou amarras!

Em busca do belo,
Doce e leve.
Simplesmente...
Prazer em viver
E a volta
Ao aconchego,
À sombra
Da árvore frondosa.
Vou assim...
Borboleta!

31/08/2011

domingo, 28 de agosto de 2011

Nascente

Hoje anoiteci nascente
Sigo...
Margeando-te suavemente
Em burburinho,
Murmúrios do meu Amor,
Que embalam teus sonhos
De cristalinos desejos
E esperam pelo dia
De aplacar tua sede
De prazer
Em minhas águas!
 
28/08/2011

sábado, 27 de agosto de 2011

Um certo olhar...


Sentir teu olhar
Sorrindo assim...
E encontrar-me em ti


Tão profundamente
Quanto estás em mim...

Teu olhar doce,
Terno e quente,
Que me devora,
Despe,
Fala
E me cala
Com um beijo...

Teu olhar maduro
De homem seguro,
Menino inocente,
Que se entrega
Para me receber...

Nossa busca,
Um olhar,
O encontro enfim...
De nós mesmos!

27/08/2011

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

A um certo Poeta

Hoje, certamente, a forma seria outra.
Mas adoraria receber cartas suas e poder chamar-lhe de Amigo.
Um Amigo especial, um Poeta, que me aconselhasse a buscar a interiorização, a auto-observação e o conhecimento de mim mesma, aprofundando-me no meu próprio pensar, sentir e na minha interpretação pessoal do mundo, da vida e das emoções.
E que me dissesse para atentar aos meus sonhos e fantasias, buscando sempre a aceitação de minha natureza  e o crescimento pessoal.
Sei que em sua visão, assim encontraria a resposta sobre as razões que me levam a escrever poemas, além de dar-lhes uma nota única, inquestionável e artística.
Deve convir comigo, meu caro, que seguindo seus conselhos, sou duplamente agraciada, já que todo este processo resulta em amadurecimento e auto-análise.
E confidencio a você... Inicialmente, nada estava claro e flutuava na superfície de meu inconsciente. Havia um movimento em mim, uma busca, pela Poesia e pelos estudos em Psicanálise, que não imaginava estarem tão intrinsecamente ligados. Sim, a Poesia como catarse, sublimação e canalização adequada das minhas tendências à sedução, sem as conseqüências indesejadas dos insucessos passados.
Respondendo ao seu questionamento a outro Poeta, entendo agora que escrever poemas é uma necessidade, diria... Visceral.  Expressando o que e como vejo o mundo que nos cerca e as relações afetivas entre as pessoas.
A necessidade do ler-me para ouvir-me. Foi interessante perceber, como a cada releitura dos versos que escrevo, percebo uma nova nuance emocional, uma forma de sentir que ainda não era absolutamente clara.
Pois foi assim, Amigo Rainer, lendo indiscretamente suas cartas não dirigidas a mim, que pude entender-me melhor. Daí o desejo de que fossemos contemporâneos e pudéssemos estreitar uma relação verdadeira de amizade e quem sabe, comemorarmos juntos nossos aniversários.
Como diria você...
Com toda devoção e toda simpatia!
Sua,


À Rainer Maria Rilke – Relexões sobre ‘Cartas a um Jovem Poeta’
Rainer Maria Rilke, por vezes também Rainer Maria von Rilke, nascido em Praga, em 4 de dezembro de 1875 foi um dos mais importantes poetas de língua alemã do século XX.
 26/08/2011

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Sem nós

Que sejamos nós,
Sem nós ou amarras...
Apenas seres
Que busquem na razão de ser...
Humano...

A paz e a alegria...
O partilhar de si no outro, 
O calor e o aconchego,
Do abraço apertado,
Da conversa fiada,
Do banco na praça,
Da brincadeira de roda,
Do sorriso de criança,
Do perfume da rosa!
22/08/2011