As minhas lágrimas regam os sentimentos mais puros e verdadeiros e me fazem renascer a cada nova estação. (Mônica Caetano Gonçalves Maio/2011)
Registro na Biblioteca Nacional nº: 570.118

domingo, 15 de setembro de 2013

No balanço da rede

Imagem: Google/divulgação
               

Há temas que sempre voltam à baila ou permanecem bailando no ritmo descompassado em que dançamos todos através da internet. Já perdi as contas de quantos desabafos e explicações de Veríssimo já li, justificando-se quando o criticam por textos que não são seus ou resignado pelos elogios sobre o que de fato não escreveu.

A cada dia, mais vale o conselho de não colocar a mão no fogo, nem mesmo em fogo virtual. Não há quem não tenha lido absurdos postados em quadrinhos coloridos nas redes sociais atribuídos a este ou àquele, quase sempre a título de autoajuda. E quando acertam a autoria, a frase extraída do contexto da obra, invariavelmente ganha interpretações inesperadas quando não equivocadas, passando longe do que o autor realmente pretendeu. Pobres dos grandes como Shakespeare e Aristóteles; Niezstche, então? Coitado!

Guardo comigo algumas pérolas, inclusive uma versão da música Céu de Santo Amaro de Flavio Venturini, que atribui o arranjo a Bach, quando na verdade é exatamente o contrário, cabendo a Venturini a adaptação e letra para Arioso in G Major, de Johan Sebastian Bach. Acreditem! Basta procurar no Youtube.

Nesta mesma linha, por esses dias, lembrou-me um bom e letrado amigo sobre toda esta balbúrdia autoral na internet, ao citar o texto “Recomeçar”, atribuído a Drummond, manifestando suas dúvidas com base no estilo. A mim bastou uma releitura rápida para encontrar um argumento quase irrefutável. Há entre as fórmulas citadas para recomeçar, uma sugestão para que se domine o computador, sendo que em 1987, ano da morte do nosso poeta, os microcomputadores não estavam ainda em pleno domínio público no Brasil, como os liquidificadores. Assim mesmo, lá fui eu às pesquisas e deparei-me com mais de vinte mil citações, afirmando ser de nosso itabirano mais ilustre a autoria. Felizmente encontrei também Paulo Roberto Gaefke, o provável autor, até que se prove em contrário ou que me perdoem o equívoco.

 


Publicada no Jornal “O Pioneiro” em 15/09/2013

Nenhum comentário:

Postar um comentário