As minhas lágrimas regam os sentimentos mais puros e verdadeiros e me fazem renascer a cada nova estação. (Mônica Caetano Gonçalves Maio/2011)
Registro na Biblioteca Nacional nº: 570.118

domingo, 9 de junho de 2013

Imagem Real



Imagem: Solitary figure in a theater – Edward Hopper

As exposições de arte acontecem em todo o mundo, sempre, até corriqueiramente, para a felicidade dos aficionados, colecionadores e especialmente para os marchants e galerias, além dos grandes leilões. É, de fato, um investimento para poucos e anda povoado de escândalos envolvendo falsificações, o que aponta o meu foco para as mostras em museus e bienais. Neste início de junho algumas delas me chamaram mais a atenção.

Cabe ao menos uma corrida de olhos nas notícias sobre a Bienal de Veneza, reunindo obras de artistas de 88 países, abrindo espaço inclusive para manifestações políticas nos 47 eventos paralelos. Para nós, brasileiros, importa o grande destaque dado às obras de Arthur Bispo do Rosário, que expõe 15 tapeçarias e objetos numa grande sala no Arsenal.

Entre as outras tantas, o Whitney Museum of American Art em Nova York, traz Edward Hopper, um dos pintores americanos mais representativos do realismo. É interessante a relação entre Hopper e o museu onde fez sua primeira exposição e que recebeu de Josephine, sua viúva, a doação de dois mil e quinhentos desenhos em 1970, todos eles privados, já que o artista poucos vendeu, utilizando-os como uma espécie de diário.  Após estudos e comparação com sua pintura, foram selecionados 200 trabalhos para a mostra.

Há uma coincidência ou correlação com a exposição da Fundação Cartier em Paris de trabalhos de Ron Mueck, um dos expoentes do hiper-realismo, certamente influenciado pela obra de Hopper, ou no mínimo, seguidor da corrente realista nascida nos Estados Unidos entre os anos 50 e 60, que Hopper tão bem representa. As esculturas humanas de Mueck, sejam gigantescas ou minúsculas, caracterizam-se pelo realismo extremo, atento aos mínimos detalhes da textura da pele, uma habilidade herdada dos pais fabricantes de brinquedos e bonecas.

Sem dúvida é o realismo, entre todas as formas de expressão artística, que traduz literalmente a célebre frase de Aristóteles: A arte imita a vida.

Publicada no Jornal “O Pioneiro” em 09/06/2013

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