As minhas lágrimas regam os sentimentos mais puros e verdadeiros e me fazem renascer a cada nova estação. (Mônica Caetano Gonçalves Maio/2011)
Registro na Biblioteca Nacional nº: 570.118

sexta-feira, 7 de junho de 2013

E como é que se escreve?



Fonte da Imagem: Google

Comecei muito bem, já que o tema aqui será o acordo ortográfico. O próprio título que havia escolhido cabe como um bom exemplo dessa história toda e me proporcionou uma ida à biblioteca e a uma livraria, além de uma boa pesquisa no Google. Nada mau para uma única palavra! Encontrei lengalenga, escrito assim no Aulette e na versão anterior ao acordo no Aurélio. Em outros, encontrei com hífen ou escrita separadamente e até me surpreendi com as duas formas no mesmo dicionário. Só até aí já se tem uma noção da complexidade da questão.

A apoteótica idéia de propor o acordo ortográfico surgiu de cerca de vinte cabeças iluminadas reunidas na Academia de Ciências de Lisboa em 1990. Depois de idas e vindas, houve uma questionável alteração de protocolo em 2004, antes mesmo da ratificação do acordo por todos os países de língua portuguesa. O fato é que o Guia prático da nova ortografia de Douglas Tufano, só foi publicado no Brasil em 2008 pela Editora Melhoramentos, numa época em que se achava que realmente entraria em vigor no país.

E como acho melhor usar um sinônimo para não correr riscos, a cantilena persiste ainda hoje, sem que se saibam ao menos os objetivos práticos ou teóricos de tal proposta, apesar de bem conhecidos os motivos pelos quais não saiu do papel até agora.

É no mínimo um equívoco padronizar a língua portuguesa escrita cá, lá ou alhures, sem se considerar a riqueza da diversidade nascida da cultura de cada região, influenciadas pela sua história, além de serem geograficamente esparsas pelo mundo. Afinal, não são diferenças tão subtis assim.

Além disso, nos entendíamos bem assim como estávamos. Não se deixou de ler Jorge Amado em Portugal ou Saramago no Brasil. Tudo que se produziu foi o caos, segundo o escritor português Pedro Correia, um caos "tecnicamente insustentável, juridicamente inválido, politicamente inepto e materialmente impraticável".

Publicada na Revista CAPITA Global News em 07/06/2013.
http://www.capitaglobalnews.com.br

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