As minhas lágrimas regam os sentimentos mais puros e verdadeiros e me fazem renascer a cada nova estação. (Mônica Caetano Gonçalves Maio/2011)
Registro na Biblioteca Nacional nº: 570.118

domingo, 2 de junho de 2013

Coisa de criança



Imagem: Crianças brincando – Cândido Portinari

De certo, é e sempre será tema indispensável e motivo para dúvidas constantes, apreensões e até certa insegurança, a educação de nossas crianças, já que não nos chegam acompanhadas de manual de instruções e menos ainda, infelizmente, com certificado de garantia. Há preocupações de todos os tamanhos e para todos os gostos, especialmente as relacionadas à própria adequação como pai ou mãe, enfim, como quem se responsabiliza pela educação e orientação dessas criaturinhas lindas e surpreendentes. Ainda hoje, em pleno século XXI, são constantes as conversas e perguntas sobre os brinquedos e brincadeiras infantis, para além de sua importância no desenvolvimento motor, cognitivo e emocional. Muitos insistem em apontar uma possível influência deles sobre a definição da orientação sexual, como se as cores ainda se resumissem ao azul ou rosa.

Um tema para um compêndio ou vários, mas aqui não é esse o caso. Proponho somente um exercício básico de raciocínio que espero possa ser útil aos mais aflitos. Em nossa vida adulta atualmente somos levados todos os dias a executar tarefas de toda a natureza e que até o tempo de nossos avós, eram tidas como masculinas ou femininas. Agora não se espera no escuro por um homem para trocar a lâmpada, nem pela mãe para trocar uma fralda. Nem existem mais as profissões exclusivamente masculinas ou femininas. Assim, não vejo risco  algum nos brinquedos que se relacionem diretamente com a opção sexual futura.

Portanto, se me perguntarem se uma boneca é coisa de menino ou coisa de menina, respondo seguramente: Nem de menino ou menina, coisa de gente! Falo, além da experiência profissional, de minha própria. Menina, além das bonecas, soltei pipas, desci ladeiras em carrinhos de rolimã - que hoje poucos sabem o que é - remexia nas ferramentas ousando em tocos de madeira, com pregos, martelos e serrotes, brincadeiras que me tornaram mais hábil, prática e independente, mas não menos feminina.


Publicada no Jornal “O Pioneiro” em 02/06/2013

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