Imagem: Crianças brincando – Cândido
Portinari
De certo, é e sempre será tema indispensável e motivo para
dúvidas constantes, apreensões e até certa insegurança, a educação de nossas
crianças, já que não nos chegam acompanhadas de manual de instruções e menos
ainda, infelizmente, com certificado de garantia. Há preocupações de todos os
tamanhos e para todos os gostos, especialmente as relacionadas à própria
adequação como pai ou mãe, enfim, como quem se responsabiliza pela educação e
orientação dessas criaturinhas lindas e surpreendentes. Ainda hoje, em pleno
século XXI, são constantes as conversas e perguntas sobre os brinquedos e
brincadeiras infantis, para além de sua importância no desenvolvimento motor, cognitivo
e emocional. Muitos insistem em apontar uma possível influência deles sobre a
definição da orientação sexual, como se as cores ainda se resumissem ao azul ou
rosa.
Um tema para um compêndio ou vários, mas aqui não é esse o
caso. Proponho somente um exercício básico de raciocínio que espero possa ser
útil aos mais aflitos. Em nossa vida adulta atualmente somos levados todos os
dias a executar tarefas de toda a natureza e que até o tempo de nossos avós,
eram tidas como masculinas ou femininas. Agora não se espera no escuro por um
homem para trocar a lâmpada, nem pela mãe para trocar uma fralda. Nem existem
mais as profissões exclusivamente masculinas ou femininas. Assim, não vejo
risco algum nos brinquedos que se
relacionem diretamente com a opção sexual futura.
Portanto, se me perguntarem se uma boneca é coisa de menino
ou coisa de menina, respondo seguramente: Nem de menino ou menina, coisa de
gente! Falo, além da experiência profissional, de minha própria. Menina, além
das bonecas, soltei pipas, desci ladeiras em carrinhos de rolimã - que hoje
poucos sabem o que é - remexia nas ferramentas ousando em tocos de madeira, com
pregos, martelos e serrotes, brincadeiras que me tornaram mais hábil, prática e
independente, mas não menos feminina.
Publicada no Jornal “O Pioneiro” em 02/06/2013
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