As minhas lágrimas regam os sentimentos mais puros e verdadeiros e me fazem renascer a cada nova estação. (Mônica Caetano Gonçalves Maio/2011)
Registro na Biblioteca Nacional nº: 570.118

domingo, 19 de maio de 2013

Nem sempre o vento leva



Imagem: Pipas - Cândido Portinari - 1941
               
Para um bom entendedor, um pingo é letra, ponto de parada que em si encerra e de partida na expectativa do próximo parágrafo, com fôlego recuperado e idéias refeitas. Divagações que me trazem bons temas, língua portuguesa e linguagem. Muito se fala do Acordo Ortográfico, que continua gerando desacordos, tamanhas as diferenças entre o português falado e escrito pelos cantos do mundo, sem considerar as que encontramos nos regionalismos em nosso próprio país. Se já são gritantes na linguagem oral, pode-se imaginar um oceano entre as letras, especialmente no que se chama de linguagem culta. Que o digam os escritores, poetas e os amantes da boa literatura.

Faço aqui apenas uma observação e não a queixa comum de uma maioria monoglota que alimenta o mito de ser o português “a língua mais difícil do mundo”. Um deslize na concordância ou no gênero - muitas vezes de palavras de origem árabe ou inglesa - basta para que o cidadão amaldiçoe a língua pátria, já que mãe, ao pé da letra seria o sânscrito.

À parte a discussão, muito mais teórica e que no momento não nos altera tanto a prática, importam a todos as formas de expressão, já que a comunicação oral ou escrita é parte de nossa cultura e do quotidiano. Dia desses recebi um e-mail institucional que estabelecia normas, inclusive de tratamento, para sua utilização. Inicialmente achei até divertido, partindo do entendimento de que seriam óbvias demais para serem necessárias. A surpresa quanto ao meu equívoco, veio pouco tempo depois, com uma mensagem trocada entre colegas de trabalho e copiada por engano à instituição interessada. Os termos utilizados, quando muito, poderiam ser adequados em partidas de futebol e além de estremecerem as relações institucionais, foram motivo para uma punição administrativa exemplar aplicada aos desbocados. Fica a lição sobre o poder da comunicação e a moral da história: as palavras, nem sempre o vento leva!

Publicada no Jornal ”O Pioneiro” em 19/05/2013

Nenhum comentário:

Postar um comentário