As minhas lágrimas regam os sentimentos mais puros e verdadeiros e me fazem renascer a cada nova estação. (Mônica Caetano Gonçalves Maio/2011)
Registro na Biblioteca Nacional nº: 570.118

domingo, 26 de maio de 2013

É fácil ser difícil



Imagem: Fonte Google

Difícil mesmo é ser fácil! Não ria, já que esse fácil a que me refiro, é aquele ser mais adequado, que amadureceu e ultrapassou o próprio umbigo e olha, com olhos de ver, o mundo e o outro e não se esconde, por incompetência ou comodidade, no mau humor, um azedume conveniente, quando melhor lhe cabe. Aquele que rosna, antes mesmo de ser ameaçado.

Sabemos bem, ainda que não tenhamos formação profissional específica, reconhecer e devemos respeitar quem está realmente deprimido ou apresenta alguma dificuldade emocional ou transtorno psíquico que inspira cuidados. Nesses casos, a ajuda terapêutica associada ou não a outras técnicas ou medicamentos, quando necessários, permitem uma vida produtiva, com relações profissionais e pessoais adequadas.

Trato aqui dos de difícil trato, os temperamentais de carteirinha, que às vezes parecem andar com uma plaquinha, do not disturb, pendurada no pescoço. Seja por egocentrismo ou narcisismo crônico, por recusar-se a evoluir e crescer ou sabe-se lá o porquê, sentem-se no direito (e o reivindicam) de serem absolutamente desagradáveis. Agem como se só eles tivessem motivos para se aborrecer e fazem questão de alardear aos quatro cantos do mundo.

A esses é bom fazer saber, que com certeza em algum momento pagarão um ônus e provavelmente bem alto por sua opção: o de ficarem sozinhos ou sem palco algum dia. É que acaba cansando ver o mesmo espetáculo repetidas vezes.

Há remédio para tudo, aquele sem rótulo e que não se encontra em farmácias e nem se manipula: é querer. Querer ser e estar, conjugando direitinho os tempos verbais. That's the question! Uma questão traduzida maravilhosamente por Gullar:
"Uma parte de mim/ é todo mundo:/outra parte é ninguém:/fundo sem fundo...
Uma parte de mim/ pesa, pondera:/ outra parte/ delira...
Traduzir-se uma parte/ na outra parte/ - que é uma questão/ de vida ou morte -/ será arte?"
                Ao que exclamo: Sim, a arte de bem viver!

Publicada no Jornal “O Pioneiro” em 26/05/2013

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