As minhas lágrimas regam os sentimentos mais puros e verdadeiros e me fazem renascer a cada nova estação. (Mônica Caetano Gonçalves Maio/2011)
Registro na Biblioteca Nacional nº: 570.118

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Revolução das Letras

Imagem: Fonte - Google
               
                Falo de uma revolução silenciosa, que apesar de passar diante de nossos olhos todo o tempo, completou 80 anos, quase despercebida. No início do século passado, o londrino “The Times”, orgulhava-se de sua tipografia, chegando a ser citado por Arthur Conan Doyle e seu famoso detetive, Sherlock Holmes: “A identificação das letras impressas é um dos ramos mais elementares do conhecimento para o especialista em crimes, embora eu confesse que, quando jovem, confundi o ‘Leeds Mercury’ com o ‘Western Morning News’, mas o tipo dos editoriais do ‘Times’ é inconfundível” (“O cão dos Baskervilles”).
                Entretanto, foi duramente criticado, como um jornal antiquado e mal impresso, por Stanley Morison, audacioso consultor da empresa tipográfica Monotype Corporation, já que à época, The Times era um senhor jornal de quase 150 anos. Assim, desafiados, convidaram o próprio Morison para criar uma nova e inconfundível identidade editorial. Em sua proposta de 38 páginas, o consultor não se fez de rogado e sugeriu uma nova fonte tipográfica que fosse “masculina, inglesa, direta, simples... e absolutamente livre de modismo e frivolidade”, além de atender às recomendações dos gestores por uma letra parecesse mais larga, sem ocupar mais espaço que a anterior, ligeiramente pesada e acima de tudo altamente legível.
A fonte Times New Roman estreou na edição de 3 de outubro de 1932 e causou um impacto muito positivo, mesmo entre os leitores mais conservadores do jornal. O que ninguém esperava, editores e nem o próprio Morison, foi o estrondoso sucesso que teria ao longo do século XX. Vários e renomados jornais começaram a utilizá-la, chegando aos livros dois anos depois. Daí em diante, disparou: revistas, dicionários, publicidade e em todas as mídias que se valem da tipografia. Funcionou perfeitamente por 40 anos, mudando cinco vezes para atender aos avanços tecnológicos. Hoje é provavelmente a mais escolhida para as dissertações e teses acadêmicas.
Enfim, as letras contam sua própria história!

Publicada na revista CAPITA Global News em 07/02/2013

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