As minhas lágrimas regam os sentimentos mais puros e verdadeiros e me fazem renascer a cada nova estação. (Mônica Caetano Gonçalves Maio/2011)
Registro na Biblioteca Nacional nº: 570.118

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Prata da Casa


Imagem: Richard Boukas


Todos sabemos que a música popular é das nossas mais ricas manifestações culturais, prestigiada e aplaudida em todo mundo, apesar de não ser novidade também, que nossa própria gente, ou boa parte dela, não a valoriza como deveria, preferindo os ritmos e melodias importados de outras terras. Prova disso é o grande número de compositores, músicos e intérpretes brasileiros que migram para o exterior em busca de realização e reconhecimento profissional. Muitas vezes só os descobrimos e festejamos, depois que fazem sucesso por lá. Teríamos muitos nomes a citar, mas basta exemplificar com Tom Jobim, que realmente firmou sua brilhante carreira nos Estados Unidos, apresentando ao mundo a nossa Bossa Nova.
Há, além disso, um movimento interessante e até surpreendente em minha opinião. São os estudiosos, que vem ao Brasil, para, mais do que simplesmente conhecer nossa música, estudar suas raízes e influências. É o que vem acontecendo com Richard Boukas; artista, compositor, educador, escritor e jornalista contemporâneo, reconhecido como um dos mais importantes expoentes e defensores da música brasileira na atualidade.
Desde a sua primeira vinda ao Brasil, nos anos 70, convidado a participar do Festival de Inverno de Campos do Jordão, em São Paulo, Richard começou a conviver com grandes nomes brasileiros, como Elis Regina, João Bosco, Milton Nascimento e o pessoal do Clube da Esquina, como ele mesmo diz, em seu português arrastado.
A partir de então, passou a estudar nossa música, desenvolvendo sua tese de mestrado sobre Hermeto Pascoal e tratando da influência de Chopin nas obras de Ernesto Nazaré, Pixinguinha e Guinga e ainda identificando aspectos modais das melodias dos balcãs em nosso cancioneiro nordestino. Poucos estudiosos em nossas terras valorizam tanto a prata da casa quanto ele, que recentemente organizou um intercâmbio entre a New School Jazz e a UFMG, em Belo Horizonte. E diz: BH é demais!
“Os significados existem nas linguagens, nascem delas, são elas”. – Ferreira Gullar


Publicada na Revista Capita Global News em 24/02/2013

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