Imagem: Google/ Divulgação
Visto do alto distante era imensamente azul, um azul
profundamente pacífico. Um entre infinitos, escolhido para que a vida
frutificasse. Lá, pousei como uma folha que cai suavemente no outono e senti-me
acolhida, tal semente a brotar na Terra.
Visto daqui de dentro, havia verdes frondosos até onde a
vista alcançasse, fontes cristalinas e frutos doces e maduros sem que sede ou
fome existissem, sombras frescas acompanhando o caminhar dos rios e o ar era
leve de se respirar nas encostas que não escorriam com as chuvas de verão.
Havia um colorido especial nos viventes, harmoniosos como os
tons do arco-íris, iguais, igualmente repartiam o pão, a terra, o saber e as
mãos na edificação dos bens comuns e comunitários. Sem maiores ou menores, o
poder era diluído entre todos e as responsabilidades partilhadas e era paz o
nome do espírito reinante.
Teria encontrado o paraíso ou os jardins de Epicuro? Talvez
me encontrasse nos anseios primordiais da humanidade, que tantos têm sonhado e
interpretado com milhares de olhares com o foco único que permeia todos os
desejos, uma utopia distante, mas ainda possível, creio, com a força
inspiradora dos poetas, as notas marcantes dos músicos, os tons das paletas dos
pintores , as lentes dos cientistas, o suor do trabalhador anônimo, com o poder
que emana dos que tem boa vontade e sem a inércia e desistência dos abatidos e
desesperançados .
Enfim, amanheci em meu sonho de Natal, este que ilumina em todos
nós a solidariedade e nos colore de esperanças renovadas de que haja um futuro claro
e melhor para todos, sem as carências, a
violência, injustiças e desigualdades tantas. Um mundo desejado, em que todas
as crianças estejam acolhidas no calor de seus lares à espera do velhinho com
tantos nomes pelo mundo afora alimentando a fantasia de ser infância, nossas sementes
do amanhã, que nos perpetuem na construção do porvir.
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