As minhas lágrimas regam os sentimentos mais puros e verdadeiros e me fazem renascer a cada nova estação. (Mônica Caetano Gonçalves Maio/2011)
Registro na Biblioteca Nacional nº: 570.118

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Imagine


Imagem: Google/ Divulgação




Visto do alto distante era imensamente azul, um azul profundamente pacífico. Um entre infinitos, escolhido para que a vida frutificasse. Lá, pousei como uma folha que cai suavemente no outono e senti-me acolhida, tal semente a brotar na Terra.

Visto daqui de dentro, havia verdes frondosos até onde a vista alcançasse, fontes cristalinas e frutos doces e maduros sem que sede ou fome existissem, sombras frescas acompanhando o caminhar dos rios e o ar era leve de se respirar nas encostas que não escorriam com as chuvas de verão.

Havia um colorido especial nos viventes, harmoniosos como os tons do arco-íris, iguais, igualmente repartiam o pão, a terra, o saber e as mãos na edificação dos bens comuns e comunitários. Sem maiores ou menores, o poder era diluído entre todos e as responsabilidades partilhadas e era paz o nome do espírito reinante.

Teria encontrado o paraíso ou os jardins de Epicuro? Talvez me encontrasse nos anseios primordiais da humanidade, que tantos têm sonhado e interpretado com milhares de olhares com o foco único que permeia todos os desejos, uma utopia distante, mas ainda possível, creio, com a força inspiradora dos poetas, as notas marcantes dos músicos, os tons das paletas dos pintores , as lentes dos cientistas, o suor do trabalhador anônimo, com o poder que emana dos que tem boa vontade e sem a inércia e desistência dos abatidos e desesperançados .

Enfim, amanheci em meu sonho de Natal, este que ilumina em todos nós a solidariedade e nos colore de esperanças renovadas de que haja um futuro claro e melhor para todos, sem as carências,  a violência, injustiças e desigualdades tantas. Um mundo desejado, em que todas as crianças estejam acolhidas no calor de seus lares à espera do velhinho com tantos nomes pelo mundo afora alimentando a fantasia de ser infância, nossas sementes do amanhã, que nos perpetuem na construção do porvir.

Nenhum comentário:

Postar um comentário