As minhas lágrimas regam os sentimentos mais puros e verdadeiros e me fazem renascer a cada nova estação. (Mônica Caetano Gonçalves Maio/2011)
Registro na Biblioteca Nacional nº: 570.118

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Gente Humilde


               Imagem: Fotografia de Eduardo Gonçalves e Veiga              


Como mineira, nasci atrelada ao trem da História e como nossa gente, gosto de sabê-la e contar “causos”. Em um desses dias de estrela, de boa sorte no garimpo, encontrei a gravação de um show no Teatro Castro Alves, no ano de 1975 em Salvador, em que o próprio Vinícius de Moraes, acompanhado por Toquinho ao violão conta sobre a segunda versão da letra de Gente Humilde – música de Garoto – escrita em parceria com Chico Buarque. Uma delícia de ouvir!

Foi interessante saber que se tratava da segunda versão, nunca havia ouvido falar da primeira e assim saí a pesquisar sobre ela. Foi na série “O cancioneiro de Garoto”, de Jorge Mello, que encontrei o fio da meada.

Segundo registros nos próprios diários de Garoto, a inspiração de “Gente humilde” veio de suas costumeiras visitas aos subúrbios cariocas. Em um depoimento, Badeco – ex-integrante do conjunto vocal “Os Cariocas”– afirma que inicialmente era um tema instrumental até que Moacir Portes apresentou-a a uns amigos mineiros e ao voltar ao Rio de Janeiro trouxe a letra, que foi interpretada pela primeira vez em 1951, pelo coral “Os Cantores do Céu”, integrado por Belinha Silva, Zezé Gonzaga, Os Cariocas, Trigêmeos Vocalistas e o coro da Rádio Nacional, além de Lolita e Magda Marialva, do Trio Madrigal:

Em um subúrbio afastado da cidade/ Vive João e a mulher com quem casou/ Em um casebre onde a felicidade/ Bateu à porta foi entrando e lá ficou/ E à noitinha alguém que passa pela estrada/ Ouve ao longe o gemer de um violão/ Que acompanha/ A voz da Rita numa canção dolente/ É a voz da gente humilde/ Que é feliz.

Reza a lenda que sobre a autoria da letra, Moacir disse: “É um mineiro amigo meu, um bicho do mato. Não adianta que ele não quer aparecer. Ele pediu que caso você gostasse da letra, fosse colocado assim: autor desconhecido.”

Publicada no Jornal “O Pioneiro” em 08/12/2013

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