Imagem: Google/divulgação
Toda fragrância ganha um toque especial ao contato da
pele, que torna o perfume único e característico em cada pessoa. Assim,
metaforicamente, desenha-se a noção de como o mesmo estímulo pode influenciar
de formas absolutamente diferentes a sensibilidade individual, nestes tempos em
que se procura tanto a autoajuda como panaceia, seja em livros ou em pílulas
mágicas oferecidas graciosamente nas redes sociais, em quadradinhos coloridos,
como papeizinhos usados para lembretes.
Se considerarmos somente o termo alemão zeitgeist,
mais conhecido a partir de Hegel, como o conjunto das influências intelectuais
e culturais em uma determinada época, conclui-se com facilidade que nenhum de
nós permanece o mesmo ao longo da própria história; um saber sentido por todos,
que apesar disso, foi e será objeto de incontáveis tratados.
Aqui, num espaço tão breve, reflito sobre as
manifestações e reações afetivas, minhas e de todos com quem tive e tenho me
relacionado mais ou menos intimamente ao longo da vida. Todos tão únicos e
especialmente humanos!
Alguns, num primeiro momento, esbravejam e
esperneiam, outros se encolhem e isolam ante as adversidades, havendo pelo meio
do caminho os que buscam ajuda e colo e os que se iludem com a autossuficiência.
Há os que se doam e concedem demais e os que ocupam esse espaço para além do
que lhes é cabido. Muitas vezes é aí que nos encontramos naquele puxa e
empurra, verdadeiro cabo de guerra sem vencedores ou vencidos, com um desgaste
emocional nem sempre percebido como perda e sim como investimento.
Quando se está em uma situação conflitiva, nenhum
texto de autoajuda tem a nossa medida. As relações afetivas são exclusivas de
quem nelas está envolvido, cabendo sentir o quanto nos pesa esta busca de
prazer, entendido para além do sexual e que pode custar muito de nós e do
outro.
Há que se encontrar o próprio passo nos solos, duetos
e bailados nos palcos da vida.
Publicada na Revista CAPITA News em 07/10/2013
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