Imagem: Google/Divulgação
Finalmente
o país, ou ao menos parte dele, despertou quanto à importância do hábito de
leitura e do mercado editorial brasileiro. É claro que o foco são as tendências
de consumo, mas já podemos perguntar como vai o livro, o autor e o leitor no
país.
Dias
atrás li uma matéria divulgando, quase orgulhosamente, uma pesquisa indicando
que os mineiros leem quase o dobro de livros por ano do que a média brasileira,
ou seja, aproximadamente 7 livros por mineiro a cada ano. Pode parecer uma
vitória, mas se considerarmos que a média em outros países é superior a 10 e
chega a ser maior do que 15 nos países nórdicos, não temos com que nos
vangloriar. Mesmo por aqui, há alguns anos, era exigida a leitura de 10 obras,
entre romance e poesia, para se preparar para as provas das Universidades
Federais, além de todos os livros didáticos indispensáveis às outras
disciplinas. Pelo que sei esta exigência baixou para cinco nos últimos anos e
não é unanimidade entre as demais escolas superiores.
Tudo
isto importa para quem faz dos livros um negócio rentável, o que infelizmente
não é o caso do escritor. Transformar o leitor em um número estatístico atende
a quem busca os melhores nichos do mercado, mas obviamente não aponta dados
qualitativos que realmente nos orientem quanto à qualidade da educação a ser
oferecida ou ao nível cultural do brasileiro do século XXI.
E
se nem isto, menos ainda é levado em conta que a relação do leitor com o livro
é um encontro com o prazer literário que não se atém às normas de consumo ou a
motivação e as buscas de quem se entende como escritor. Nesse caminho, ressalto
somente o que nos diz Octávio Paz: A palavra é o próprio homem. Somos feitos
de palavras. Elas são nossa única realidade, ou, pelo menos, o único testemunho
de nossa realidade.
Publicada no Jornal “O Pioneiro” em
25/08/2013
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