As minhas lágrimas regam os sentimentos mais puros e verdadeiros e me fazem renascer a cada nova estação. (Mônica Caetano Gonçalves Maio/2011)
Registro na Biblioteca Nacional nº: 570.118

domingo, 25 de agosto de 2013

Como é que vai?

Imagem: Google/Divulgação
               

Finalmente o país, ou ao menos parte dele, despertou quanto à importância do hábito de leitura e do mercado editorial brasileiro. É claro que o foco são as tendências de consumo, mas já podemos perguntar como vai o livro, o autor e o leitor no país.

Dias atrás li uma matéria divulgando, quase orgulhosamente, uma pesquisa indicando que os mineiros leem quase o dobro de livros por ano do que a média brasileira, ou seja, aproximadamente 7 livros por mineiro a cada ano. Pode parecer uma vitória, mas se considerarmos que a média em outros países é superior a 10 e chega a ser maior do que 15 nos países nórdicos, não temos com que nos vangloriar. Mesmo por aqui, há alguns anos, era exigida a leitura de 10 obras, entre romance e poesia, para se preparar para as provas das Universidades Federais, além de todos os livros didáticos indispensáveis às outras disciplinas. Pelo que sei esta exigência baixou para cinco nos últimos anos e não é unanimidade entre as demais escolas superiores.

Tudo isto importa para quem faz dos livros um negócio rentável, o que infelizmente não é o caso do escritor. Transformar o leitor em um número estatístico atende a quem busca os melhores nichos do mercado, mas obviamente não aponta dados qualitativos que realmente nos orientem quanto à qualidade da educação a ser oferecida ou ao nível cultural do brasileiro do século XXI.

E se nem isto, menos ainda é levado em conta que a relação do leitor com o livro é um encontro com o prazer literário que não se atém às normas de consumo ou a motivação e as buscas de quem se entende como escritor. Nesse caminho, ressalto somente o que nos diz Octávio Paz: A palavra é o próprio homem. Somos feitos de palavras. Elas são nossa única realidade, ou, pelo menos, o único testemunho de nossa realidade.


Publicada no Jornal “O Pioneiro” em 25/08/2013

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