As minhas lágrimas regam os sentimentos mais puros e verdadeiros e me fazem renascer a cada nova estação. (Mônica Caetano Gonçalves Maio/2011)
Registro na Biblioteca Nacional nº: 570.118

domingo, 10 de março de 2013

Rei Leão



Imagem: Leão da MetroGoldwyn Mayer – Fonte: Google

Sabemos bem que a temível espécie é encontrada realmente na África subsaariana e na Ásia e o que o rei dos animais tornou-se uma figura amistosa e até bem agradável, desde 1924, quando a Metro Goldwyn Mayer o adotou como mascote na abertura de seus memoráveis filmes. Mais recentemente a Disney cuidou de torná-lo parte do imaginário infantil, com a animação “O Rei Leão”, em suas várias versões, inclusive adaptada ao teatro.
Entretanto, reinventaram esta lendária figura em terras tupiniquins. Invisível, apesar de voraz, durante quase todo o ano, a fera fica à solta durante um mês ou pouco mais, logo depois do Carnaval. Nessa época, sua ameaçadora presença é alardeada, como ameaça constante, até mesmo para os “isentos”, pobres iludidos, que se presumem livres de suas presas, que abocanham a maior parte do pão nosso de cada dia. Parece-me originária e herdada da coroa portuguesa, que se derramou em nossos auríferos dias, como conta a História.
Mesmo que suas rendas, como as minhas, não passem dos delicados fios tecidos por laboriosas mãos femininas, não há como escapar! Paga-se, o tempo todo e em tudo que se pode comprar, o devido pelos abastados senhores do capital e a quem fica ao fim da linha, ainda cabe justificar que faz jus ao que recebe por seu trabalho assalariado, quase sempre tendo ainda que aplacar a insaciável sede, que já se abastece em sua minguada fonte.
Ainda que se livre da figura do contador, inevitavelmente se envolverá em mais um embate: a caça aos recibos do ano anterior, entre tantos, os poucos que lhe são permitidos abater do que ainda deve ao furioso leão. E com eles vem as lembranças de muito do que se quer esquecer, desde o ferrinho do dentista, até o penoso contato com o causídico, impresso em seus honorários advocatícios.
Não há como escapar: renda-se e esteja certo que seus dias estão contados!

Publicada no Jornal “O Pioneiro” em 10/03/2013

Um comentário:

  1. Bela Monica, é muito bom vir aqui no seu cantinho, que é tão lindo, poder ler suas poesias que tanto acrescentam... Parabéns querida... Sucesso sempre... Beijos meus...

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