Imagem: Capela no Congo Soco –Daniel
Pessoa
Tudo bem,
concordo! Os mineiros têm mesmo sotaque e expressões típicas, que muitos chegam
a chamar de dialeto, o mineirês. De cá, argumento ser muito natural que
tenhamos regionalismos num país continental como o nosso e assim há também
muitos outros “ês”, como o baianês e o gauchês, uai!
Por falar em “uai”,
existem várias versões para o surgimento dessa palavra, classificada como
interjeição que, diga-se de passagem, não é exclusividade mineira ou
brasileira, sendo também utilizada em Açores. Alguns afirmam ser a fusão das
interjeições opa, oi e ai, que aparecem assim juntinhas, em Sagarana, romance
do grande escritor mineiro João Guimarães Rosa.
Outra hipótese,
que parece ter sido publicada no Jornal Correio Brasiliense e rola pela
internet, diz que a professora Dorália Galesso , incentivada por Juscelino
Kubitschek; após intensa pesquisa, concluiu tratar-se de uma senha entre os
subversivos inconfidentes mineiros para se protegerem da polícia lusitana.
Bastava dizer UAI - as iniciais de União, Amor e Independência-, depois de três
batidas clássicas e as portas dos esconderijos conspiratórios se abriam. Só
fico me perguntando: Se era uma senha secreta, como passou ao domínio público?
Enfim, a tese
que considero mais interessante e que segundo consta foi defendida por um
professor mineiro, no V Congresso de Ciências Humanas, Letras e Artes realizado
na Universidade Federal de Ouro Preto, em Agosto de 2001.
Tudo começou
quando o vilarejo Gongo Soco, onde se explorava ouro, foi comprado pela
“Imperial Brazilian Mining Association”, do perdulário Barão de Catas Altas,
que o havia surrupiado dos herdeiros de José Alves. E antes que me questionem, Gongo
Soco significa: o gongo que não toca ou, em bom português “Esconderijo dos
Ladrões” e fica a cerca de quarenta léguas ao norte de Ouro Preto. Do ouro e do convívio com os ingleses e seu “Why”,restou o nosso
“Uai”.
No fim das
contas, “uai” é “uai” e ponto final!
Publicada na Revista Capita Global News em 08/03/2013.
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