Imagem: “Rubem Braga – O Fazendeiro do
Ar” – Palácio Anchieta, Vitória - ES
Vendo
as imagens que me chegaram através das notícias sobre a primorosa exposição
interativa em comemoração ao centenário de Rubem Braga, instalada no belíssimo
Palácio Anchieta, em Vitória; lembrei-me de uma crônica de Lúcia Carvalho,
publicada na Revista da Folha de São Paulo. Nela, uma filha pré-adolescente, de
12 anos e seu irmão mais novo, aparecem admirados e empolgadíssimos com uma
máquina, meio velha, um teclado de computador com uma impressora acoplada, sem
fio nem nada, aonde a gente vai, digita, digita e a máquina imprime direto
na folha de papel que a gente coloca ali mesmo! Para nós, uma simples e
antiga máquina de escrever.
Admirados,
tanto quanto eu ficava na idade deles, ao ler nos livros de História a
expressão em meados do século XIX, que me parecia um tempo longínquo, uma quase
eternidade e empolgada atualmente, com um desenvolvimento científico e
tecnológico ocorrido em pouco mais de meio século, jamais experimentado em
qualquer período da civilização humana.
Elas,
as crianças de hoje, podem facilmente viajar apenas alguns segundos na
contramão da História e ver, apesar de surpresas, provas concretas de como
vivíamos em nosso quotidiano; enquanto nós, em nossa infância, só podíamos
imaginar a magia e as facilidades que os avanços científicos nos trouxeram,
embarcando na nave espacial Enterprise, com o Capitão Kirk e o vulcano Spock,
numa viagem interestelar, rompendo as barreiras do som, espaço e tempo "para
audaciosamente ir onde nenhum homem jamais esteve".
Era
assim que sonhávamos com os tão comuns sensores de presença abrindo portas e
acendendo luzes nas empresas e casas inteligentes; computadores e tablets;
telefones celulares com GPS; videoconferências, avatares - corpos cibernéticos inteiramente digitais- e todo tipo de
realidade virtual; ultrassonografias e ressonâncias magnéticas e outras tantas
fantasias, tudo isso em filmes que também inventavam os efeitos especiais e
divertiam nossos pais -hoje bisavós - numa ficção do que, para eles, parecia
ser impossível.
Publicada no Jornal “O Pioneiro” em 14/04/2013
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