As minhas lágrimas regam os sentimentos mais puros e verdadeiros e me fazem renascer a cada nova estação. (Mônica Caetano Gonçalves Maio/2011)
Registro na Biblioteca Nacional nº: 570.118

domingo, 14 de abril de 2013

Segundos da História



Imagem: “Rubem Braga – O Fazendeiro do Ar” – Palácio Anchieta, Vitória - ES


Vendo as imagens que me chegaram através das notícias sobre a primorosa exposição interativa em comemoração ao centenário de Rubem Braga, instalada no belíssimo Palácio Anchieta, em Vitória; lembrei-me de uma crônica de Lúcia Carvalho, publicada na Revista da Folha de São Paulo. Nela, uma filha pré-adolescente, de 12 anos e seu irmão mais novo, aparecem admirados e empolgadíssimos com uma máquina, meio velha, um teclado de computador com uma impressora acoplada, sem fio nem nada, aonde a gente vai, digita, digita e a máquina imprime direto na folha de papel que a gente coloca ali mesmo! Para nós, uma simples e antiga máquina de escrever. 

Admirados, tanto quanto eu ficava na idade deles, ao ler nos livros de História a expressão em meados do século XIX, que me parecia um tempo longínquo, uma quase eternidade e empolgada atualmente, com um desenvolvimento científico e tecnológico ocorrido em pouco mais de meio século, jamais experimentado em qualquer período da civilização humana.

Elas, as crianças de hoje, podem facilmente viajar apenas alguns segundos na contramão da História e ver, apesar de surpresas, provas concretas de como vivíamos em nosso quotidiano; enquanto nós, em nossa infância, só podíamos imaginar a magia e as facilidades que os avanços científicos nos trouxeram, embarcando na nave espacial Enterprise, com o Capitão Kirk e o vulcano Spock, numa viagem interestelar, rompendo as barreiras do som, espaço e tempo "para audaciosamente ir onde nenhum homem jamais esteve".

Era assim que sonhávamos com os tão comuns sensores de presença abrindo portas e acendendo luzes nas empresas e casas inteligentes; computadores e tablets; telefones celulares com GPS; videoconferências, avatares - corpos cibernéticos inteiramente digitais- e todo tipo de realidade virtual; ultrassonografias e ressonâncias magnéticas e outras tantas fantasias, tudo isso em filmes que também inventavam os efeitos especiais e divertiam nossos pais -hoje bisavós - numa ficção do que, para eles, parecia ser impossível.
                            

Publicada no Jornal “O Pioneiro” em 14/04/2013

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