As minhas lágrimas regam os sentimentos mais puros e verdadeiros e me fazem renascer a cada nova estação. (Mônica Caetano Gonçalves Maio/2011)
Registro na Biblioteca Nacional nº: 570.118

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Um Poema Lindo de Joaquim Monteiro...

O prometido é devido....


Clamo….

Clamo de mãos erguidas o teu rosto; nele,
todas as manhãs começam e as tardes findam,
e a noite é um pássaro que passa pela brisa.
Não quero saber o significado da pele a arder,
basta-me os teus olhos submersos em mim
e eu saberei a profundidade de teus beijos.

Nada é tão gritantemente belo, quando,
os olhos se fecham para se verem.
Luminosidade fendida ao pequeno gesto, aonde,
as mãos principiam, o voo da carne suplicante.

Clamo teu rosto, onde o livro se abre sobre a boca.
e a partida é um lento chegar de saudades, quando,
em fúria nos atiramos aos lentos lábios da razão,
esquecendo por completo o hálito do sossego,
numa respiração tão leve que morremos,
entre os braços num corpo exausto.

Transparentes os sentidos, e, a lâmina penetra a carne.
Um fio de água corre as margens.
O leve pousar de lábios, ainda, no aroma inabitado,
É já o pronuncio do templo em chamas.

O rosto é agora uma tela surpreendida,
pelas mãos, passam matizes sinais.
A pele baila na claridade dos joelhos
e é breve e longo o beijo na cintura.
Escarlate os gemidos no meu peito. 
Rodas sobre o eixo incandescente da vontade,
E tudo em ti, é terra mar e ar.

[descubro em ti, um país tão próximo p’ra amar
E uma bandeira tão doce p’ra lutar.]


Joaquim MONTEIRO, in Musa
2011-06-09



2 comentários:

  1. Mas o que dizer mais depois de um poema destes? Hein? Suspirar profundamente o cheiro do hálito perfumado em letras o que ele exala. Bravo!@

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  2. Que espetáculo!!! O Joaquim tem uma sutileza ao expressar o ato do amor que é sensacional!!!
    Ou melhor, é poético ao extremo....

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