Imagem: Biblioteca Nacional - RJ
Um fato
inegável: o brasileiro está lendo mais a cada ano, todas as pesquisas são
unânimes, apesar das discrepâncias estatísticas. É inegável também, que as
editoras internacionais estão ávidas por esse filão de ouro e vem investindo
bastante em nosso mercado.
Cabem aqui
alguns dos “W’s” do marketing, seja para escritores ou editores. Em primeiro
lugar, é a chamada “nova classe média”, no centro do palco econômico, que está
incrementando as vendas de livros e o setor vem se adaptando às suas
necessidades de aprimoramento, gostos e desejos, além de disponibilizar edições
mais baratas.
É certo que em
décadas passadas, encontraríamos muito mais autores de maior prestígio nas
temerárias listas de mais vendidos, reflexo de um país em que só uma casta
podia cultivar o hábito da leitura. Hoje, espelham os interesses de uma leva
nascente de leitores.
Entre os títulos
de ficção, ainda há um grande predomínio de autores internacionais. Destacam-se
por aqui, ainda timidamente, os que se dedicam a uma literatura mais popular e
contam com o apoio da mídia ou fazem parte dela. Fala-se muito no que se
poderia chamar de falta de sintonia: a grande massa de leitores parece
interessar-se por leituras rápidas, como fonte de diversão, enquanto a maioria
dos escritores brasileiros está focada apenas na obra maior, em geral complexa
e problemática.
Já no segmento
de não ficção, o cenário é outro. O público prefere assuntos que lhe são
próximos, sobre nossa história, nossa gente, personalidades e celebridades
nacionais, o que vem dando um destaque especial às biografias, um segmento
primordial.
Sempre ouvimos
dizer que precisamos formar leitores e concordo plenamente que devamos
continuar a fazê-lo. Ouso dizer, além disso, que é necessário formar autores no
Brasil também, que prescindam de prêmios literários e não da qualidade; e
estejam em sintonia com os interesses do leitor do século XXI, a chamada
literatura comercial, que faça frente aos sucessos estrangeiros.
Publicada na
Revista CAPITA Global News e Jornal “O
Pioneiro” de 20-01-2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário