As minhas lágrimas regam os sentimentos mais puros e verdadeiros e me fazem renascer a cada nova estação. (Mônica Caetano Gonçalves Maio/2011)
Registro na Biblioteca Nacional nº: 570.118

domingo, 11 de novembro de 2012

Uma jovem senhora chamada Lisa

Mona Lisa – Leonardo da Vinci



Triste, irônico ou enigmático? A verdade é que, mais do que a identidade da jovem senhora, mona em italiano, o sorriso de Lisa se transformou em uma verdadeira charada. São inúmeras as teorias sobre ele. É certo que se tornou o retrato mais visto no mundo, pela apurada técnica de pintura utilizada por Da Vinci, mas a curiosidade humana e aquele sorriso levaram-nos além.
Da Vinci habitualmente registrava tudo: pensamentos, rabiscos, simpatias e antipatias (muitas, diga-se de passagem), fórmulas matemáticas, inventos e até sua contabilidade doméstica. Curiosamente, nada escreveu sobre essa anônima dona de casa.
A maioria dos historiadores concorda tratar-se de Lisa Gherardini, nascida em um dia abafado do verão de 1479, casando-se aos quinze anos com um influente comerciante de Florença, Francesco di Bartolomeo di Zanoli de Giocondo (daí La Gioconda), com quem teve cinco filhos, além de um enteado. Há porém quem duvide dessa identidade e afirme, como a especialista em arte Maike Vogt-Lüerssen, tratar-se de Isabel de Aragão, duquesa de Milão ou ainda que a bela pintura seja um autorretrato, Da Vinci em versão feminina.
Mas o foco aqui, caro leitor, é o sorriso de Lisa. A pobre poderia simplesmente estar entediada e cansada de posar, já que Da Vinci, comprovadamente refez a pintura várias vezes ao longo de quatro anos. E se Isabel ao invés de Lisa, o sorriso tristes e justificaria pelo alcoolismo e agressões do Duque, além de uma provável homossexualidade. Há ainda a argumentação de alguns odontólogos, que afirmam ser o sorriso contido uma forma de ocultar os dentes cariados ou tortos e até as falhas dentárias, pela inexistência de tratamento à época.
De minha parte ouso lembrar que a interpretação do gestual e das expressões fisionômicas, perpassa pelas referências e inferências de quem observa, sendo inclusive influenciado por seu estado emocional e desejos. Assim, o sorriso ou não-sorriso de Mona Lisa jamais será uma unanimidade. Decifre-o!




Pubicado no Jornal "O Pioneiro" em 11/11/2012

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