As minhas lágrimas regam os sentimentos mais puros e verdadeiros e me fazem renascer a cada nova estação. (Mônica Caetano Gonçalves Maio/2011)
Registro na Biblioteca Nacional nº: 570.118

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Luzes na ribalta


Imagem: Ruinas dos banhos romanos, Trier, Alemanha – Foto de Jones Antônio dos Santos
 (Jones Poa).

               
Tenho lido muitos excertos de textos e trabalhos acadêmicos do filósofo Michel Onfray, fragmentados entre publicações de jornais e revistas. Tão fragmentados quanto meu conhecimento sobre a obra desse filósofo francês, nascido de um pai, trabalhador rural e uma mãe, governanta, em meados do século passado, passado tão próximo como o de muitos de nós. O fato é que Onfray tem sido apresentado como um demolidor do pensamento humano constituído, como fosse um crítico ferrenho a historiadores, filósofos e teóricos, passando por Nietzsche, Rousseau e Freud, entre outros.
Esse é o meu incômodo! A parcialidade não ilumina suficiente e adequadamente o conhecimento. Explico: A veiculação parcial das ideias de Onfray, ou de qualquer outro, induz ao leitor mediano e alheio ao meio acadêmico a conclusões precipitadas, seja desacreditando nas contribuições do estudioso ou pior, concluindo que os caminhos trilhados pelas ciências até então, são todos equivocados.
Vale lembrar que todas as teses e teorias que foram descontruídas ao longo dos séculos, serviram como alicerce para as edificações posteriores e que a necessidade de destruição, alimenta o desejo ancestral de dominação e poder do homem sobre o homem. Não há como apagar, ainda que na história da Ciência, personagens como Einstein e Freud, debatendo através de cartas, sobre as guerras e os destinos da humanidade. Inimaginável? Mas aconteceu sim, em 1932, com a genialidade dos mestres perpassando por argumentações embasadas em contextualizações históricas, antropológicas; pelo desenvolvimento das espécies, pelas influências religiosas, do direito e dos mitos e instintos, encontrados em Eros e Tanatus.
Em todos os tempos, pensadores, dominantes e dominados, preservacionistas e pacifistas - ainda que por razões de sobrevivência individual – buscaram e buscam formas para se atingir e instaurar a ‘Paz na terra aos homens de boa vontade’ e até para os de má vontade, por que não? Há que se pensar sempre, até que se estabeleça, sejamos nós grandes ou pequenos pensadores.


(Sigmund Freud – Obras Completas Volume 18 Tradução: Paulo César de Souza - Companhia das Letras -  Porque a Guerra – Carta a Einstein -1932)

Publicada na Revista eletrônica Capita Global News em 02/11/2012


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