Imagem: Google/divulgação
Sempre me interessei pela etimologia das
palavras e dos termos que usamos na linguagem oral ou escrita. É sempre um
prato cheio para quem gosta de contar histórias, muitas vezes divertidas. Sobre
a origem de forró, muitos sabem a versão de que veio de “for all”, as festas populares promovidas pelos
americanos que viviam na base aérea de Natal, durante a segunda Guerra Mundial.
Mas há um lapso de tempo um tanto obscuro nesta explicação, já que o termo foi
parar no dicionário pela primeira vez, bem antes, em 1899. Daí, vieram outros
dizendo que forró vem de forrobodó, termo mais controverso ainda, que tanto se
considera vindo do banto, quanto do francês “faux-bourdon”. De fato, a palavra
dá nome a uma opereta de Chiquinha Gonzaga que estreou em 1911 no Rio de Janeiro.
Mas não era bem este o termo que queria comentar.
Há alguns dias, agradecendo a um amigo por uma gentileza, respondeu-me de forma
divertida – como é de seu feitio – que ele não se sentia obrigado a nada e nem
eu, tampouco, deveria. Acabamos, entre risos, cogitando sobre a preguiça do
brasileiro em dizer “sinto-me obrigado a retribuir-lhe o favor”, do que restou,
no máximo, o “muito obrigado”. Com a mesma displicência, respondemos “de nada”,
quando deveríamos dizer “você não fica obrigado de nada”. A propósito, não
gosto nem um pouco de usar tantas aspas, mas me restaria escrever os termos
destacados em itálico, o que também me parece um tanto antipático.
Da conversa, a lembrança das cidades do
interior de Minas em nossas infâncias, quando era costume entre vizinhas,
oferecerem parte do bolo ou dos pães de queijo que se acabara de assar no meio
da tarde e que eram degustados com um café fresquinho, restando a obrigação de
depois devolver o prato de louça pintada com outra delícia da culinária mineira,
coberto com o fino linho bordado a mão. Gentilezas!
Publicada no Jornal “O Pioneiro” em
02/032014
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