As minhas lágrimas regam os sentimentos mais puros e verdadeiros e me fazem renascer a cada nova estação. (Mônica Caetano Gonçalves Maio/2011)
Registro na Biblioteca Nacional nº: 570.118

segunda-feira, 3 de março de 2014

Muito obrigada!

Imagem: Google/divulgação


Sempre me interessei pela etimologia das palavras e dos termos que usamos na linguagem oral ou escrita. É sempre um prato cheio para quem gosta de contar histórias, muitas vezes divertidas. Sobre a origem de forró, muitos sabem a versão de que veio de “for all”, as festas populares promovidas pelos americanos que viviam na base aérea de Natal, durante a segunda Guerra Mundial. Mas há um lapso de tempo um tanto obscuro nesta explicação, já que o termo foi parar no dicionário pela primeira vez, bem antes, em 1899. Daí, vieram outros dizendo que forró vem de forrobodó, termo mais controverso ainda, que tanto se considera vindo do banto, quanto do francês “faux-bourdon”. De fato, a palavra dá nome a uma opereta de Chiquinha Gonzaga que estreou em 1911 no Rio de Janeiro.

Mas não era bem este o termo que queria comentar. Há alguns dias, agradecendo a um amigo por uma gentileza, respondeu-me de forma divertida – como é de seu feitio – que ele não se sentia obrigado a nada e nem eu, tampouco, deveria. Acabamos, entre risos, cogitando sobre a preguiça do brasileiro em dizer “sinto-me obrigado a retribuir-lhe o favor”, do que restou, no máximo, o “muito obrigado”. Com a mesma displicência, respondemos “de nada”, quando deveríamos dizer “você não fica obrigado de nada”. A propósito, não gosto nem um pouco de usar tantas aspas, mas me restaria escrever os termos destacados em itálico, o que também me parece um tanto antipático.

Da conversa, a lembrança das cidades do interior de Minas em nossas infâncias, quando era costume entre vizinhas, oferecerem parte do bolo ou dos pães de queijo que se acabara de assar no meio da tarde e que eram degustados com um café fresquinho, restando a obrigação de depois devolver o prato de louça pintada com outra delícia da culinária mineira, coberto com o fino linho bordado a mão. Gentilezas!


Publicada no Jornal “O Pioneiro” em 02/032014

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