As minhas lágrimas regam os sentimentos mais puros e verdadeiros e me fazem renascer a cada nova estação. (Mônica Caetano Gonçalves Maio/2011)
Registro na Biblioteca Nacional nº: 570.118

domingo, 26 de janeiro de 2014

Uma questão de foco



Tem coisas que a gente vive e não vive contando por aí. Não porque os outros possam achar que contamos vantagens, talvez por considerarmos natural ou que todos deveriam agir da mesma maneira e até por mineirice mesmo.

O exercício de olhar o outro em suas necessidades – e são tantos os necessitados – para além de suas conquistas pessoais que para muitos, superficiais, pode parecer a grama mais verde do vizinho, não precisa ser considerado piegas ou exclusivo a práticas religiosas. Sob outro ângulo, até contraditoriamente, associa-se ao Humanismo que em seus primórdios buscou libertar o ser humano das regras rígidas do cristianismo da era medieval. Nesta linha filosófica a partir dos livres pensadores como Mark Twain, chegamos ao Humanismo Laico, passando por Comte, Marx e Sartre e finalmente à Psicologia Humanista da década de 50, com marcante influência nas décadas posteriores.

O melhor de toda esta história é ver hoje toda a abrangência desta linha filosófica até em comerciais, como o de uma empresa tailandesa que conquistou imensa visibilidade nas redes sociais, não vendendo os últimos lançamentos da indústria automobilística, mas ensinando em três minutos, mais sobre solidariedade do que quase toda a grande mídia brasileira junta.

Outra iniciativa, esta ainda melhor por mostrar resultados, sem alardes, e em terras tipiniquins é a de um grupo de jovens executivos – nenhum deles milionário –, organizado em 2011 e que se dedica a selecionar entre crianças pobres as que se destacam por seu desempenho escolar.  Assim, o “Primeira Chance” oferece aos escolhidos a oportunidade de enfrentar a lei da gravidade social, com bolsas de estudos e outros recursos financeiros essenciais a quem carece deles, além de um mentor que acompanha o desempenho de cada um.

No fim das contas, não é preciso ter dinheiro de sobra. Basta mudar o foco do olhar e ter vontade de fazer, ainda que pouco para poucos, esses que nos são próximos.



Publicada no Jornal “O Pioneiro” em 26/01/2014

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