Tem coisas que a
gente vive e não vive contando por aí. Não porque os outros possam achar que
contamos vantagens, talvez por considerarmos natural ou que todos deveriam agir
da mesma maneira e até por mineirice mesmo.
O exercício de
olhar o outro em suas necessidades – e são tantos os necessitados – para além
de suas conquistas pessoais que para muitos, superficiais, pode parecer a grama
mais verde do vizinho, não precisa ser considerado piegas ou exclusivo a
práticas religiosas. Sob outro ângulo, até contraditoriamente, associa-se ao
Humanismo que em seus primórdios buscou libertar o ser humano das regras
rígidas do cristianismo da era medieval. Nesta linha filosófica a partir dos
livres pensadores como Mark Twain, chegamos ao Humanismo Laico, passando por
Comte, Marx e Sartre e finalmente à Psicologia Humanista da década de 50, com
marcante influência nas décadas posteriores.
O melhor de toda
esta história é ver hoje toda a abrangência desta linha filosófica até em
comerciais, como o de uma empresa tailandesa que conquistou imensa visibilidade
nas redes sociais, não vendendo os últimos lançamentos da indústria automobilística,
mas ensinando em três minutos, mais sobre solidariedade do que quase toda a
grande mídia brasileira junta.
Outra
iniciativa, esta ainda melhor por mostrar resultados, sem alardes, e em terras
tipiniquins é a de um grupo de jovens executivos – nenhum deles milionário –,
organizado em 2011 e que se dedica a selecionar entre crianças pobres as que se
destacam por seu desempenho escolar.
Assim, o “Primeira Chance” oferece aos escolhidos a oportunidade de
enfrentar a lei da gravidade social, com bolsas de estudos e outros recursos
financeiros essenciais a quem carece deles, além de um mentor que acompanha o
desempenho de cada um.
No fim das
contas, não é preciso ter dinheiro de sobra. Basta mudar o foco do olhar e ter
vontade de fazer, ainda que pouco para poucos, esses que nos são próximos.
Publicada no Jornal
“O Pioneiro” em 26/01/2014
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