As minhas lágrimas regam os sentimentos mais puros e verdadeiros e me fazem renascer a cada nova estação. (Mônica Caetano Gonçalves Maio/2011)
Registro na Biblioteca Nacional nº: 570.118

domingo, 12 de janeiro de 2014

O ano que ainda não começou

Imagem: Aquarela de Josef Kote


Já há fortes indícios de que em breve 2014 vai realmente começar. Passaram as festas de fim de ano, apesar de alguns fogos retardatários ainda serem ouvidos eventualmente. Parece ser inútil dizer o quanto esta fase do ano é culturalmente alienante, o quanto se é induzido ao consumo e às comemorações do fim de um ano, como se isto garantisse que o outro será melhor.

Pelo menos já se foram as terríveis retrospectivas, a repetir as tragédias, a violência, os grandes erros e equívocos, que em nada enaltecem as boas conquistas e ações coletivas bem sucedidas. As praias já estão cheias do lixo irresponsável de todos os anos e das oferendas que Iemanjá não quis aceitar. Em meio às férias de janeiro, já temos todos os “I’s” a pagar, aumentados como o IPI para a linha branca, além do fim da isenção dele para os automóveis, já obrigatoriamente equipados com freios ABS e airbag duplo. Sem esquecermos, é claro, que o novo salário mínimo já está em vigor.

Se a anestesia geral das festas já passou, não se preocupe! O ópio do Carnaval fará com que esqueça tudo de novo. Depois do feriadão da Semana Santa, vem a Copa do Mundo no meio do ano e após ou durante, a campanha eleitoral. Sem dúvidas, teremos muito tempo para ficarmos alheios de e aos fatos – o que bem sabe e diz Suassuna - e muito, mas muito pouco tempo para trabalhar e produzir.

Pensando bem, talvez nem precise se preocupar com a agenda nova que o gerente do banco esqueceu-se de lhe mandar e melhor será deixar sua listinha de propósitos pronta para o ano que vem, já que, pelo visto 2014 passará em brancas nuvens, ainda que não em céu de brigadeiro.




Publicada no Jornal “O Pioneiro” em 12/01/2014

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