As minhas lágrimas regam os sentimentos mais puros e verdadeiros e me fazem renascer a cada nova estação. (Mônica Caetano Gonçalves Maio/2011)
Registro na Biblioteca Nacional nº: 570.118

domingo, 19 de janeiro de 2014

Grandes Famílias

Imagem: Google/ divulgação


A ideia inicial era falar de famílias grandes, dessas que ainda existem por aí. Vistas de fora e do alto, sempre nos parecem pitorescas e divertidas. Entre as que conheci e convivi em diferentes fases da vida, duas me trazem boas lembranças.

Uma delas é um verdadeiro clã, mantido coeso em torno do patriarca e sua dominante esposa, que foi se ramificando e procriando a ponto de somarem mais de trezentas pessoas entre irmãos, filhos e netos. Dada à semelhança entre eles, era fácil trocar ou esquecer os nomes e em quase todas as reuniões festivas era apresentado, no mínimo, um novo e recém-nascido membro.

A outra família, não tão grande, marcou minha infância por ser minha primeira experiência com outra cultura. Os almoços de domingo eram festivos, sempre com conversa animada enriquecida com o gestual característico – e eu não entendia uma palavra sequer –, acompanhando a farta culinária italiana servida na mesa comprida para doze lugares.

Acabei divagando e aterrissei no programa de tevê que alegrava as noites de domingo nos anos 60: A família trapo. Hoje, nem tantos se lembram do humor leve e quase sempre improvisado da trupe impagável que reunia Ronald Golias e Jô Soares, agregando mais tarde Dercy Gonçalves. O programa era gravado ao vivo com platéia pagante, numa única sessão, sendo inevitável que os improvisos fossem ao ar. Infelizmente restaram somente dois episódios gravados nos arquivos da TV Record, depois do incêndio do teatro e reaproveitamento das fitas, mas a fórmula que associa família e humor gerou e continua gerando filhotes na teledramaturgia brasileira.

A história da televisão em nosso país, à parte os interesses comerciais e políticos negociados com as emissoras, guarda capítulos muito interessantes relacionados às manifestações e características culturais de nossa gente e suas transformações e adaptações, positivas ou não, ao longo do tempo. Assim, com nosso jeitinho criativo, conquistamos reconhecimento e visibilidade em outros países.



Publicada no Jornal “O Pioneiro” em 19/01/2014

Nenhum comentário:

Postar um comentário