As minhas lágrimas regam os sentimentos mais puros e verdadeiros e me fazem renascer a cada nova estação. (Mônica Caetano Gonçalves Maio/2011)
Registro na Biblioteca Nacional nº: 570.118

domingo, 23 de dezembro de 2012

Então é Natal...


Imagem: A Madona de Port Lligat (1949) Salvador Dali



                Quando se é criança, tudo é festa, de luzes e alegria, de um mundo mágico, incompreensivelmente encantador. Tempo que dura pouco, já que logo se descobre que o bom Velhinho não distribui igualmente e nem a todos a sua generosidade e que afinal ele não existe.
                Para muitos e infelizmente não para todos, logo vem as constatações de que alguém paga as contas dos presentes, quando pode; que como em qualquer outro dia, há muitos com fome e que assim como o aniversariante, que só teve direito a nascer no exílio, outros tantos lutam por uma sobrevivência ao menos digna e que as vicissitudes e agruras do e de ser humano não fazem trégua porque é Natal.
                Definitivamente, não quero posar de Grinch, o esverdeado personagem de Dr. Seuss e estragar a festa de ninguém e menos ainda parecer antissocial, mas concordo em parte com o escritor e jornalista mineiro Mário Prata, que com seu bom humor criticou algumas inconveniências das festas natalinas em sua crônica “Jingle Bell pra vocês”.
                É mesmo complicado ter que dividir o espaço no restaurante, quando se quer um jantar tranquilo, com aquela turma barulhenta, que nem é a sua, em plena comemoração de fim de ano. E o amigo secreto então? De secreto, quase nada, já que logo todo mundo sabe quem sorteou quem e a brincadeira perde toda graça. Sem contar com as horas perdidas imaginando o que comprar, em meio àquele corre-corre louco de fim de ano. Parte da festa!
                E tem mais! A publicidade brasileira, tida como uma das melhores do mundo, nessa época perde totalmente a criatividade e se rende aos trenós na neve ao som do Ho, ho, ho do barbudo de vermelho, em pleno verão dos trópicos.
                Ah, sim, os presentes! Tudo que desejo é que os meus e os seus possam estar presentes, confraternizando em harmonia, nessa noite que merece ser feliz.

Publicada no Jornal "O Pioneiro" em 23/12/2012

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