Ainda ali, na esquina do bairro de Santa
Tereza, em Belo Horizonte, há que se falar de uma figura que certamente
contribuiu para que a música florescesse naquele momento. Godofredo Guedes, pai
de Beto, era, como todo bom mineiro, um contador de casos, além de fantástico compositor.
Pouco se fala de sua música e dos seus 104 anos, comemorados neste mês.
Recomendo ao leitor que ouça a obra prima que é
"Canções de Godofredo Guedes", com interpretação de Paulinho Pedra
Azul, Wagner Tiso ao piano e Marcelo Andrade no sax soprano.
Retomando o rumo da prosa... Minas, que é um misto sincrético de
tradição e vanguarda, viu a formação clássica influenciando a música e os
músicos populares, além de acompanhar a popularização da música erudita, que
transbordou dos teatros e inundou parques e praças.
Democraticamente
surgiram novos talentos de tendências musicais tantas e todas, de Clara Nunes e
o samba ao heavy metal do Sepultura, passando pela música instrumental única e
criativa do grupo Uakti, compositores como Celso Adolfo e dos Vales do
Jequitinhonha e Mucuri como Tadeu Franco, Paulinho Pedra Azul, Saulo Laranjeira
e Rubinho do Vale; sem esquecermos o Rock Progressivo do ‘Sagrado Coração da
Terra’, Marcus Viana, ‘O Terço’ e ‘14 Bis’ de Flávio Venturini. São tantos os
que se seguiram, que a possibilidade da indelicadeza de um esquecimento ou de
tornar a leitura enfadonha, impedem-me de nominá-los. Talvez num novo caderno de
“O Pioneiro”, poderia ordená-los, alfabeticamente.
Assim como a música mineira singrou horizontes,
esse povo acolhedor e bom de prosa recebeu de bom grado, as melodias que pelo
mundo ecoavam. Acredito até, que por características dessa gente, dos encontros
com amigos ao pé do violão, surgiram iniciativas, especialmente em Belo
Horizonte, organizando grandes shows populares nas praças e esquinas. E hoje,
cosmopolita, a cidade é jardim musical, que acolhe, de Bocelli a Scorpions,
muito além dos frutos da própria terra.
Em "O Pioneiro" 19/08/2012
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