As minhas lágrimas regam os sentimentos mais puros e verdadeiros e me fazem renascer a cada nova estação. (Mônica Caetano Gonçalves Maio/2011)
Registro na Biblioteca Nacional nº: 570.118

domingo, 26 de agosto de 2012

Nas Esquinas do Mundo I


Imagem: Natureza morta com instrumentos (1908) - Georges Braque



“Diogo Dias, que é homem gracioso e de prazer, levou consigo um gaiteiro nosso com sua gaita. E meteu-se com eles (os indígenas) a dançar, tomando-os pelas mãos; e eles folgavam, e riam, e andavam com ele muito bem ao som da gaita”. Este foi o primeiro registro histórico sobre a música no Brasil, expresso na carta de Pero Vaz de Caminha.
Na trilha aventureira dos bandeirantes, chegamos às nossas Minas, E falar de Minas Gerais é falar de origens e de tradição, de colo e berço, histórias e cantigas.
A história das cantigas, da música mineira, suas características mediterrâneas que sincretizaram as influências clássicas herdadas da corte, com os cânticos religiosos do catolicismo e a lasciva melodiosidade africana, é matéria de estudo dedicado e objeto de muitos tratados.
O foco que aqui interessa e que vem ao caso, é que basta um banquinho e um violão, que sempre haverá boa música por essas bandas. Basta dizer que Aquarela do Brasil, um dos hinos nacionais brasileiros, uma das músicas mais tocadas e gravadas em todo o mundo, é de Ary Barroso, mineiro de Ubá. Sem contar com a pequena Miraí, que nos deu Ataulfo.
E num certo encontro, da voz com a poesia, deu-se a ‘Travessia’ que faria a música mineira ecoar pelo mundo. Vindo de Três Pontas, o jovem e tímido Milton foi morar numa pensão no edifício Levy, na Avenida Amazonas, no centro de Belo Horizonte e por lá conheceu Márcio Borges.
Além de Márcio, Lô e Marilton, Milton e seus jovens amigos elegeram um boteco entre as ruas Divinópolis e Paraisópolis, em Santa Tereza, logo abaixo da casa de Godofredo Guedes, pai de Beto, como seu ponto de encontro.
E esses amigos, quem eram? Nada mais nada menos que Tavinho Moura, Fernando Brant, Ronaldo Bastos, Tavito, Flávio Venturini e Toninho Horta.
Um clube numa esquina entre tantas de Minas, que são muitas!

Em "O Pioneiro" 12/08/2012

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